O processo de terraplenagem é composto pelo serviço de movimentação de terra, que engloba as atividades de corte e aterro necessárias para o nivelamento do terreno. Antes de abordar sobre as etapas em si, vamos definir aqui alguns conceitos e três casos que podem ocorrer em uma obra.
1 – Aterro: quando é preciso fazer um aterro, existe a necessidade de buscar material de outro lugar para ser implementado na obra. Assim, deve-se recorrer a encontrar uma jazida licenciada que possa atender a demanda da obra, fazendo a caracterização do solo e ver se é compatível para o fim que será destinado.
2 – Corte: Esse processo consiste na retirada do solo excedente e seu transporte para outro local, podendo este último ser uma obra que precise de aterro, ou um local legalmente reservado para este fim. Nesse caso é previsto um dispêndio com o que chamamos de “bota fora”.
3 – Por último, temos o caso onde o material escavado pode ser implementado para utilização na mesma obra, diminuindo os gastos com DMT (distância média de transporte), do material e com a importação de material. Esse é o caso ideal em questão de custos, mas ainda assim é necessário fazer um estudo do solo.
Tendo isso em mente, podemos pensar a terraplenagem como sendo dividida nos seguintes pontos:
Projeto:
A elaboração de um projeto de terraplenagem é algo relevante e demanda um estudo do terreno onde se deseja construir. Para isso, é necessário realizar a compatibilização do relevo existente no local com a cota final que precisa ser atingida. Dessa forma, evita-se erros de orçamento e cronograma pela necessidade de movimentação de um volume de terra que não estava previsto.
Os estudos e o conhecimento da área em cima da qual os trabalhos serão realizados se dão com base na observação do relevo existente em trabalhos de campo como o levantamento planialtimétrico. Esse levantamento é feito por um topógrafo com o auxílio de equipamentos para realizar medidas de distâncias e ângulos, como a estação total.
Dimensionamento da frota:
Com o projeto pronto, é hora de começar as intervenções no terreno, mas antes, é preciso analisar quais serão as máquinas utilizadas. Segue abaixo uma relação do que comumente está presente nessa fase da obra:
motoniveladora
escavadeira
retroescavadeira
trator de esteira
rolo compactador
caminhão basculante
pá carregadeira
Para estimar qual será o custo desses equipamentos para a obra e elaborar um cronograma de terraplanagem deve-se ter em mente o volume de terra que será movimentado (definido na fase de projeto) e o DMT. Alinhando esses dois pontos, com a capacidade de operação das máquinas, poderá ser definido quanto de carga elas conseguirão transportar ao longo do dia, considerando o tempo que levam para percorrer o trajeto entre a obra e a jazida.
Execução:
Um terreno virgem, onde geralmente obras do porte de uma ETE ou ETA são implantadas, possui vegetação e uma camada orgânica de solo. Aí entram dois passos importantes:
1 – supressão vegetal: consiste na retirada da vegetação existente, a qual irá variar de acordo com o clima e bioma da região onde estará localizada a obra. Tendo o conhecimento sobre isso, deve-se obter uma licença ambiental para remoção das plantas e já ter em mente qual o tipo de máquina será necessária para executar o serviço.
2 – Retirada da camada orgânica do solo: essa camada é composta por restos de plantas e outros organismos presentes na superfície, que apresentam certo estado de decomposição. Devido a isso, é uma camada rica em nutrientes, mas que não possui resistência mecânica e nem composição química adequada para sustentar uma obra. Portanto, é recomendada sua remoção principalmente se forem utilizadas fundações superficiais como radiers.
Com o projeto em mãos e terreno limpo, agora sim iniciam-se as movimentações de terra. A partir desse momento precisa ser estabelecido uma maneira de estabelecer o controle tecnológico do solo, em relação a sua caracterização, nível de umidade e compactação, o que geralmente se dá por meio de ensaios em laboratório especializado.
Fronter, Desafio é com a gente!
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